La Marseillaise ou a Marselhesa

08-05-2018
Fig 1. Letra e composição musical de La Marseillaise.
Fig 1. Letra e composição musical de La Marseillaise.

Todos conhecemos o hino francês, ou pelo menos conhecemos o refrão ("Aux armes, citoyens, Formez vos bataillons, Marchons, marchons! Qu'un sang impur! Abreuve nos sillons!"), mas o que não conhecemos é a sua história e a sua importância.

La Marseillaise foi escrita e composta por Claude Joseph Rouget de Lisle (10 de maio de 1760 - 26 de junho de 1836), em Dietrich, Estrasburgo na noite de 25 para 26 de abril de 1792. Claude Joseph Rouget de Lisle era na altura um Capitão no Exercito Revolucionário Francês, que se encontrava posicionado no Rio Reno, à espera de um combate com as Forças Austríacas, que tinham acabado de declarar guerra à França.

Fig 2. Retrato de Claude Joseph Rouget de Lisle.
Fig 2. Retrato de Claude Joseph Rouget de Lisle.

Rouget de Lisle, quando escreveu este belo hino, deu-lhe o nome de "Chant de guerre pour l'armée du Rhin", que em português significa Canção de Guerra para o Exército do Reno. Rouget de Lisle compôs La Marseillaise depois de vir de um jantar com o Presidente da Câmara de Estrasburgo, o barão Philippe-Frédéric de Dietrich, que se tinha queixado que a França não tinha um hino, então Rouget de Lisle quando voltou aos seus aposentos compôs essa bela música.

O hino só foi denominado La Marseillaise, quando membros voluntários da Provença - que tinham sido introduzidos em Paris pelo maçon Charles Jean Marie Barbaroux - o cantaram todo o caminho de Marselha a Paris e quando invadiram a 10 de agosto o Palais de Tuileries (Palácio das Tulherias), onde se encontrava a família Real que ia ser presa.

No dia 14 de julho de 1795, a Convenção aprovou La Marsellaise como hino oficial da República Francesa. Mas, no Império de Napoleão I, La Marseillaise foi removida como hino oficial tendo mesmo vindo mais tarde, já no reinado de Luís XVIII e de Carlos X a ser banido. Só em 1879 foi reposto como hino nacional, tendo, no entanto, só sido utilizado a partir de 1887 pela primeira vez pelo Exercito Francês.

La Marseillaise foi utilizado várias vezes como símbolo de revolução, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, sendo uma das suas mais reconhecidas reproduções no filme Casablanca (1942) de Michael Curtiz e com Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Hendrid e Claude Rains, na cena passada no Rick's Café quando os oficiais alemães cantam o hino Nazi e Paul Hendrid no papel de Victor Laszló, em resposta, começa a cantar La Marseillaise juntando-se a ele o resto do Café, demonstrando aos Nazis que, mesmo sem se estar nos campos de batalhas se pode lutar e que a França e os seus resistentes têm uma força e coragem inabaláveis. A letra da música invoca o termo filhos da Pátria para chamar todos os franceses a levantarem-se e se revoltarem contra os tiranos, ou seja, o Rei, os governantes do Reino e os exércitos estrangeiros que ousam entrar em França com o objetivo de esmagar a sua população. O hino ordena que os cidadãos peguem nas suas armas, formem batalhões e que marchem contra os tiranos e os estrangeiros derramando o seu sangue impuro por todo o território. 

Este hino é tão belo e tão importante que está evocado e personificado no Arco do Triunfo em Paris. O arranjo mais recente e mais conhecido foi feito por Hector Berlioz em 1830. Mais tarde, em 1880 foi aproveitado por Piotr Ilitch Tchaikovsky na sua peça orquestral "Abertura 1812", na qual glorificou a vitória russa sobre Napoleão. Ainda foi utilizado também como hino da Rússia, entre outubro de 1917 e agosto de 1918, enquanto os revolucionários não arranjavam um novo hino.

Aqui deixamos a letra e a respectiva tradução para português, e ainda no final um link onde se pode ouvir o hino.

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